terça-feira, 14 de abril de 2009

Moda em um novo século: anos 2000, 2001...

Época em que criar é restaurar

Por Meire Thomazzi


A seqüência de releituras que começou no final dos anos 90 não foi interrompida. O ano 2000 e 2001 trouxeram os anos 80, com pitadas dos anos 50 para as vitrines de todo o mundo. Sem mais décadas anteriores para buscar referências, a moda encontra-se em um beco sem saída.


Acabou-se a ilusão de que bom é o que é importado. Finalmente, os criadores nacionais passaram a acreditar no fôlego da identidade brasileira para transpor fronteiras. A cada dia, fica mais remoto o tempo em que o país plagiava a moda européia e norte-americana.


Os clubbers, no início da década, vivem o seu auge. Há um crescimento maior no movimento gótico. Surge a moda adolescente dos emos. No vestuário feminino encontram-se as botas de plataforma. Aumenta o número de meninos com os cabelos repicados até o pescoço.


Piercings e tatuagens se tornam cada vez mais comuns. Surgem os tênis com amortecedores. Torna-se mais comum o uso de boné por mulheres. Os cabelos arrepiados viram febre.


Surgem as famosas Escovas Progressivas deixando os cabelos cada vez mais lisos. A inspiração nos anos 80 se vê cada vez mais presente, tanto na moda masculina quanto na feminina.


A busca pelo novo é uma tendência da atualidade, e é justamente por isso que a todo o momento são realizados concursos de moda, visando descobrir novos talentos. Para criadores não poderia haver melhor oportunidade para mostrar sua capacidade.


Com um consumidor que deseja novidades, mesmo lojistas de diversos tamanhos encontram mais espaço para criar. No âmbito internacional, isso gerou um estilo brasileiro de produzir moda que cada vez mais conquista espaço no exterior.

Moda nos anos 90

Época da abertura do mercado para o importado

Por Meire Thomazzi

Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores.

Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. A moda seguiu cada uma dessas tendências produzindo peças para cada tipo de consumidor e para todas as ocasiões.

Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado pelo rock, influenciou a moda e o comportamento dos adolescentes com seu estilo despojado de calças, bermudões largos e camisas xadrez da região de Seattle, berço destes músicos.

A preocupação ecológica ganhou status e fez com que países conscientes exigissem mudanças por parte dos governos e fabricantes. É lembrada a atitude do Príncipe Charles que proibiu sua então mulher, Diana, de usar laquês para cabelo que contivessem CFC. As propagandas agregaram esses valores a seus produtos, de forma a atingir os consumidores que buscavam mais do que preços e novidades.

Foram aderidas, saias longas, calças pantalonas, estampas de bichos, como vaca, zebra, onça e cobra, sapatos com bico quadrado e blazer mais justo. Tudo dava um toque de elegância básica e de “peruagem”, o que caracterizou esta época. O delineador, o batom marrom ou cor de boca davam o toque especial.

Na segunda metade da década, a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e em seguida dos 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado a modismos dos anos correntes.

Modelos brasileiras passaram a chamar a atenção no panorama internacional, em especial Gisele Bündchen, a mais famosa delas. A beleza da mulher brasileira chamou atenção do mundo. Apoiados na indústria têxtil, que se modernizavam, os estilistas perceberam um potencial de exportação. Na década de 90, Alexandre Herchcovitch com todo seu arrojo e estilo, tornou-se a maior personalidade da moda brasileira, atualmente lança suas coleções tanto em Londres quanto em Paris.

O profissionalismo e o reconhecimento da moda nacional atingiram significativas proporções ainda nos anos 90. O evento Phytoervas Fashion desencadeou o processo de lançamentos regulares de coleções publicamente por meio de desfiles. Até então, só acontecendo a um público muito restrito nos showroons de cada marca.

Transformou-se no evento Morumbi Fashion Brasil, e hoje, sob a tutela de Paulo Borges, o São Paulo Fashion Week, presente no calendário internacional da moda, que acontece duas vezes ao ano para lançamento das coleções dos grandes nomes e grifes da moda brasileira.

Moda nos anos 80


Época do culto ao corpo
Por Meire Thomazzi


Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento.


A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaram-se paraísos dos consumistas.


Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, explodiram academias por todos os cantos, onde os freqüentadores iam com suas polainas e collants para as aulas de aeróbica, movidas por músicas dançantes e ritmadas, com temática comum, ginástica, poder e sucesso.

O espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Ressurgiu a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.


O look "molhado", conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes e topetes altos. A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes. O blush corria solto nas bochechas das mulheres.


A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e calças largas. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade.


A saia balonê, que fora moda no início da década de 60, volta com tudo, na moda dos anos 80. As calças têm a cintura bem alta, e são usadas com cintinhos finos e coloridos. Os macacões, os leggings e as bermudas também compõem o look. As blusas com mangas enormes, chamadas "mangas morcego", viram a moda da época. O símbolo de elegãncia da moda dos anos 80 foi a princesa Diana.



Moda nos anos 70

Época do mix de opções

Por Meire Thomazzi

A década de 70 se destacou por sua irregularidade, não tendo um perfil definido. Foram anos bem agitados, num período de revolução que marcou um salto no comportamento dos jovens, na música e na liberação sexual da mulher. Foi a época do Festival de Woodstock, do movimento hippie e da onda disco.

A moda para os homens deixou de ser formal e ganhou um toque colorido e psicodélico. Para as mulheres, passou a ser romântica e despojada, com cabelos desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana, batas e estampas florais ou multicoloridas. Além disso, o unissex entra na moda com a calça boca-de-sino e sapatos plataforma.

Antimoda era a palavra-chave. Desde os trajes de algodão barato até os de alta costura, tudo era permitido, desde que não tivessem um aspecto normal. O que tornava difícil alguém se vestir. Na dúvida, as pessoas decidiram-se pelo Jeans, que havia se transformado no uniforme dos não conformistas.

Tanto sex-appeal deu aos estilistas a idéia de que também aos jeans desbotados se podia dar uma nova vida com um pouco mais de glamour. Transformaram o clássico em calças afuniladas. Assim, os jeans dos trabalhadores transformaram-se em chiques e exibiam orgulhosamente etiquetas Fiorucci, Cardim ou Calvin Klein.

No Brasil a moda fica mais esportiva. O espírito prático que dominou a época determinou uma série de tendências na moda. O jeans também se sofisticou e recebeu vários tipos de tratamento: délavé, manchado, escovado, aveludado, e tornou-se a segunda pele das pessoas.

A moda anos 70 é difícil de ser definida. Usou-se de tudo. As saias subiam e desciam como elevador: mini, micro, longa, midi. A roupa unissex ganha força com os terninhos e os conjuntos de jeans. A moda glitter também emplacou com característica futurista, metálica e andrógina.

Os cabelos eram naturais e cacheados, o look era adquirido em brechós, quanto mais usado melhor, pois ser despojado estava na moda. Alguns preferiam usar a moda patchwork, toda em retalhinhos costurados, ou tingir o algodão em casa mesmo, para compor seu visual. Batik era a palavra de ordem.

A principal intenção era chocar. As roupas eram bem justas ao corpo. Violeta e bordô, ferrugem e metalizado eram as cores usadas. A década de 70 foi um grande e divertido mix de várias opções, e havia para todos os gostos. Da moda apache à moda disco, do estilo floral e indiano à moda metalizada, das roupas artesanais ao jeans com tachinhas. Tudo era interessante, tudo era novidade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Moda nos anos 60


A Época que mudou o mundo

Por Meire Thomazzi


A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.

Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.

Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.


As empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal
de liberdade, o grande desejo da juventude da época.

Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.


Na moda, a grande vedete da década, sem dúvida, foi a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros.


Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes.

Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.

Os tecidos apresentavam variedade nas estampas e nas fibras. As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.

O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas masculinas, como o smoking, lançado para mulheres por Saint Laurent em 1966. A alta-costura perdia terreno e a confecção necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.


O foco da maquiagem estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino.


No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa, como os Beatles. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno”.

Moda nos anos 50


Época da feminilidade

Por Meire Thomazzi

Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947.
Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.

Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se manteve como base para a maioria das criações desse período. Nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.

A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além do indispensável delineador. A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser perfeita.

Era também o auge das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres, e das loções alisadoras e fixadoras. Os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo, como os de Brigitte Bardot. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina.

Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50. O das ingênuas chiques, encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, e o estilo sensual e fatal, caracterizado pelas atrizes Rita Hayworth e Ava Gardner. Porém, os dois grandes símbolos de beleza da década foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos.

Nesse período a alta-costura viveu o seu apogeu. Nomes importantes da criação de moda, como o espanhol Cristobal Balenciaga, considerado o grande mestre da alta-costura, Hubert de Givenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grès, Nina Ricci e o próprio Christian Dior, transformaram essa época na mais glamourosa e sofisticada de todas.

O grande destaque na criação de sapatos foi o francês Roger Vivier. Ele criou o salto-agulha, em 1954 e, em 1959 o salto-choque, encurvado para dentro, além do bico chato e quadrado, entre muitos outros. Vivier trabalhou com Dior e criou vários modelos para os desfiles dos grandes estilistas da época.

Em 1954, Chanel reabriu sua maison em Paris, que esteve fechada durante a guerra. Aos 70 anos de idade, ela criou algumas peças que se tornariam inconfundíveis, como o famoso tailleur com guarnições trançadas, a famosa bolsa a tiracolo em matelassê e o escarpin bege com ponta escura.

O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.

Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60.

Moda nos anos 20


Época de Hollywood – Coco Chanel e Jean Patou criam roupas para as estrelas


Por Meire Thomazzi


Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston, uma dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos.

As meias eram em tons de bege, o que sugeria pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado.

A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks.

As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.

Em 1927, Jacques Doucet(1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres, um verdadeiro escândalo aos mais conservadores.

Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

Figurinistas da década de 1920

  • Jacques Doucet, figurinista francês, em 1927 subiu as saias para mostrar as ligas rendadas.
  • Coco Chanel, criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos.
  • Jean Patou, estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas. Inclusive para a tenista Suzanne Lenglen. Também revolucionou a moda da praia com seus maiôs.

Moda faz a sua história

O mundo que cresce a cada dia e que está presente na vida de todos

Por Meire Thomazzi


Como definir o começo da moda? A moda está dentro de cada um e existe desde a criação da humanidade. Segundo a bíblia, Adão e Eva usavam folhas para cobrirem o corpo, o que fez ser a moda da época.
Já numa nova era, os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status.
Na época bizantina dava-se valor às roupas na cor roxa, que era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir. Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido.
Em todas as civilizações podemos perceber a importância que é dada às vestimentas, e à história da moda. Os índios vestiam-se com penas coloridas, em belos arranjos, quando se preparavam para as guerras ou festas. Enfim, a roupa já possuía uma função social.
Quando se fala em saia, se pensa logo em uma peça de roupa feminina, mas nem sempre foi assim. A saia já fez parte da história moda entre os homens. Os soldados romanos usavam saias curtas para lutar na guerra. Quanto às túnicas, estas eram usadas na Grécia antiga tanto por homens como por mulheres.
Já na história da moda vitoriana, pode-se observar, vendo as telas pintadas, as enormes golas engomadas e duras, usadas pelas rainhas e membros da nobreza, e que não deviam ser nada confortáveis.
A modelista Lúcia Lima, diz que se impressiona ao olhar para trás e ver a evolução pela qual a moda passou. “Ainda lembro dos vestidos bem acinturados e os espartilhos que minha mãe usava. Já eu, abusei da mini saia nos anos 70. Fico feliz ao saber que a moda de ontem está de volta hoje”, comenta Lúcia que cria e modela peças atuais.
No reinado da França, nos tempos da ostentação de Versailles, os homens chegavam a se esbaldar mais do que as mulheres nos babados, meias justas, cetins e veludos bordados em pedrarias, além das perucas e dos sapatos de saltos altíssimos, enfeitados com pedrarias e fivelas de prata, de onde teria vindo o nome do salto Luis XV.
O conceito de moda apareceu no final da Idade Média, século XV, e princípio da Renascença, na corte de Borgonha, com o desenvolvimento das cidades e a organização da vida das cortes. A aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar. Os burgueses enriquecidos pelo comércio, passaram a copiar as roupas dos nobres.
Ao tentarem variar suas roupas para diferenciar-se dos burgueses, os nobres fizeram funcionar a engrenagem. Os burgueses copiavam, os nobres inventavam algo novo, e assim por diante.
Na sociedade democrática do século XIX, apareceram necessidades mais complexas de distinção. A moda as deixou tão evidentes quanto possível e se espalhou por todas as camadas sociais, além de atender às necessidades de afirmação pessoal do indivíduo como membro de um grupo e também a expressar idéias e sentimentos.

Conheça aqui as tendências das décadas:

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· Moda contemporânea